Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Eu disse que gostava de diários?

"Você está no lugar certo e tempo exato onde deveria estar... ninguém além de você conseguiria"...
 
Assim, ela escreveu para mim e eu duvidei. Pela manhã, entendi. Eu queria estar comigo, num lugar  distante; quis também estar acompanhada; eu quis ir ao cinema todas as tardes, tomar um café. Quase me vi escalando montes e despencando em barrancos, colhendo matinhos inúteis, olhando os dedos das minha mãos, observando a minha pele com todos os seus recortes... Vi nada do que queria ver, mas vi outras coisas, outras pessoas, vivi outros momentos. Já basta!
 
Nunca chego na hora certa (salvo compromissos marcados), é a hora que espera eu chegar. Não pense que isso significa algum poder ou alguma capacidade adivinhatória, nem chega a ser bom porque é sempre obrigatório.
 
A hora me espera porque não sou divina, porque não sou anjo, sou gente e preciso de tempo para embarques e desembarques.
 
 
Agosto, 15
 
 
Suzana Guimarães
 
 
P.S.: eu disse que gostava de diários, Cris?