Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



terça-feira, 29 de setembro de 2015

Cinza


(por SCG)

Faço perguntas como se esperasse respostas, como se já não as soubesse. Faço perguntas para quebrar minhas próprias estruturas, para alcançar outros voos. Gosto da solidão da águia, mas há mais beleza nos grupos. Hoje, pela manhã, pássaros desconhecidos cruzaram os céus e iluminaram meus olhos desbotados. 



Hoje, pela manhã, percebi que meu tom cinza - de névoa, de véu e sacristia - faz par perfeito com seus olhos de enigma.




Suzana Guimarães

domingo, 27 de setembro de 2015

Arder foi mais prazeroso que os dias apagados ao lado seu. Tão pouco, eu senti. Tão pouco foi a vida. Grande já era a morte. Arder foi apenas apagar a última chama, inócua e fria.

sábado, 5 de setembro de 2015

Rol

Em curto espaço de tempo, tudo quebrado: a geladeira, o ar-condicionado, duas malas, uma tacinha de licor, um cordão de pedras, a pulseira há muitos anos no punho esquerdo. E também meu coração.

Suzana Guimarães